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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

MERCADO DE BIG DATA - EDIÇÃO DE AGOSTO DA PARTNERSALES

ANÁLISE E OPORTUNIDADE PARA AS REVENDAS DE TI
Com projeção de movimentar mais de US$ 840 milhões em vendas este ano no Brasil, o mercado de Big Data e Analytics está cada vez mais presente no debate das empresas. Este é um campo que ainda está começando a crescer. Até 2020, por exemplo, a expectativa do IDC é de que este segmento mais que dobre seu faturamento por aqui, impulsionado por conceitos com Internet das Coisas e Computação em Nuvem.

Na próxima vez em que você utilizar seu smartphone para checar qual é o trajeto mais rápido do trabalho para casa, lembre-se de que seu aplicativo está usando e analisando uma série de dados e metadados gerados por carros, sistemas de GPS, redes de segurança etc. E sabe por que você deve lembrar disso? Porque o responsável por boa parte dessa demanda é o Big Data, e ele poderá ser uma grande oportunidade também para sua revenda de TI.

A razão para este pensamento é simples: o Big Data tem se mostrado como uma questão imperativa para o futuro das organizações – ou seja, de seus clientes. Afinal de contas, todos os dias uma verdadeira enxurrada de dados é gerada por consumidores e processos internos em cada uma dessas operações. E saber lidar com isso, ao que parece, não é mais uma questão de escolha para as companhias.

Na prática, isso quer dizer que, enquanto mercados como o de Hardware vivem uma era de estagnação e queda, o cenário de Analytics e dos grandes dados está se expandindo. De acordo com o IDC, por exemplo, a expectativa é de que, em 2017, este mercado movimente mais de US$ 840 mi, somente no Brasil. E este é só o começo de uma jornada.

Isso porque, segundo a consultoria, apenas pouco mais de 10% das empresas investem de fato em tecnologias inovadoras, que incluem a Internet das Coisas (IoT), Blockchain e Analytics, entre outras. Até 2020, no entanto, as projeções indicam o aumento significativo desse montante, o que deverá ajudar a pelo menos dobrar os resultados deste segmento no país.


UM MERCADO CONSCIENTE, MAS EM DESENVOLVIMENTO
Mesmo se você acha que as discussões sobre IoT, Nuvem e afins estão mais acaloradas e presentes nas reuniões das empresas, a verdade é que muito tem sido feito para colocar a análise de dados dentro das companhias. “A adoção de Big Data é parte essencial para a transformação de TI, sendo importante para a criação de diferenciais competitivos e uso inteligente das informações”, avalia Luiz Gustavo Andrade, gerente sênior de Produtos para a área de soluções de Data Center da Lenovo.

A expectativa, porém, é que essa possibilidade de negócio – que hoje já vem ganhando espaço – se posicione com ainda mais destaque nos próximos anos. Por isso, a Lenovo acredita que essa área represente de 8 a 12% do faturamento da área de TI em 2018.

Mais do que números em profusão, o fato é que este mercado deve também ganhar em importância para o debate de tecnologia no Brasil. “O Big Data deixou de ser algo que era restrito a grandes corporações e institutos de pesquisa para, hoje, ser muito mais acessível às organizações de diversos tamanhos no Brasil”, avalia Rodrigo Guercio, diretor de Soluções e Tecnologia da Hewlett Packard Enterprise (HPE).

Na visão do executivo, já é possível que empresas de todos os segmentos possam tirar proveito da análise massiva de dados. “Existem inúmeras aplicações disponíveis. Há, por exemplo, soluções que podem ajudar as companhias a conhecerem, avaliarem e responderem melhor a seus clientes”, diz o diretor, que destaca também as soluções voltadas à gestão empresarial ou de produto como oportunidades em ascensão.

Guercio salienta, ainda, que o trabalho da HPE tem sido justamente o de atender essas demandas. “Temos ajudado muitos clientes a identificar qual é a melhor tecnologia e estratégia de consumo, assessorando como extrair e processar as informações que são críticas para o negócio”, enfatiza. Para entregar esse apoio, a companhia adotou um plano de ação que inclui a aquisição de soluções complementares, como a SGI, e a definição de parcerias com fornecedores de softwares específicos.

Outra desenvolvedora que foca a entrega de ferramentas fim a fim é a Cisco. A fabricante acredita que o conceito de Big Data está em evolução no mercado brasileiro, com as empresas avançando do estágio de experimentação para a utilização mais intensa dos recursos de análise de dados. “Mas ainda há muita coisa por vir ainda quando o assunto é Big Data”, pondera Erike Souza, consultor de Engenharia-Datacenter da Cisco Brasil.

O executivo respalda sua opinião justamente a partir da tendência de expansão da Internet das Coisas. “Este mercado deve dar impulso ainda maior para o conceito de Big Data, com máquinas e dispositivos capturando dados que precisam ser armazenados e processados nos data center corporativos ou em ambientes cloud”, explica.

Nesse cenário, ter soluções simples e confiáveis para se integrar os dados é essencial. E é isso que a companhia prepara com a arquitetura de servidores Cisco UCS, que foi desenhada para garantir expansão e automatização dos ambientes de data center de forma ágil. “Além disso, temos alianças e integrações de nossas soluções de infraestrutura para data center com diversas distribuições Hadoop, como Cloudera, Splunk, MapR, Hortonworks e SAP”, observa Souza.


BIG DATA: A JORNADA PARA O RESULTADO
Na visão da IBM, a utilização dos dados será essencial para quem quiser aproveitar as vantagens competitivas da tecnologia. “O mercado de Analytics já tem mostrado uma enorme relevância para os negócios. Mas isso ainda é só o começo: em pouco tempo, e ainda mais com a Nuvem e o IoT se fortalecendo, o Big Data será um fator não apenas de caminho para as empresas, mas, sim, um verdadeiro gerador de resultados e estratégias”, diz Paschoal D’Auria, executivo de Analytics da IBM Brasil.

O ponto de vista do especialista é válido, inclusive, para a própria desenvolvedora. “Em termos globais, o setor em que a análise de dados está inserido representa cerca de 40% de todo o faturamento global de nossa empresa”, diz Paschoal. Para tanto, a fabricante aposta no desenvolvimento de um portfólio completo para atender a demanda por análise, armazenamento e otimização das informações.

Já para a Oracle, com a migração da fase de testes para o uso real do Big Data nas empresas brasileiras, cresce a demanda por retorno e resultado. “Não adianta apenas coletar informações e armazená-las em um repositório. É preciso utilizar esses dados com análise e soluções que, de fato, ajudem a melhorar o negócio do cliente”, destaca Marcio Gadaleta, diretor de Desenvolvimento de Negócios para Big Data & Analytics na Oracle do Brasil.

A companhia tem trabalhado em plataformas de gerenciamento que são vendidas no formato de “as a service”, com opções que miram atender empresas de todos os tamanhos. “O Big Data não é só o Hadoop, com dados estruturados. Nosso objetivo e desafio é atender e provar o valor da análise de informações não-estruturados, de acordo com a demanda do cliente”, fala Gadaleta.

Nesse mesmo sentido, Rui Botelho, vice-presidente de Vendas para Core Industries da SAP Brasil, pontua que a utilização de conceitos e soluções de Big Data pelas empresas brasileiras já é uma realidade, sobretudo em setores que precisam de grandes volumes de informação para tomada de decisões mais precisas. “Com novas tecnologias ganhando escala nas empresas, a produção de dados está crescendo de forma exponencial. Por isso, temos investido no Brasil, com soluções abrangentes para o mercado de Big Data, como o SAP Vora, que permite analisar e enriquecer dados distribuídos e que estejam na empresa ou em ambientes externos, em Hadoop”, observa. A ideia da companhia é oferecer soluções em tempo real, como a Plataforma Hana, para ajudar os clientes a terem mais resultados.

A preocupação pela capacidade de provar o valor das informações é tanta que muitos especialistas defendem não apenas a utilização do Big Data mas, sim, de qualquer dado – por menor que ele seja. “Empresas de todos os segmentos do Brasil estão cada vez mais abertas à adoção de projetos de dados. Eu, inclusive, nem usaria mais o termo Big Data, pois o mais importante é ter uma cultura centrada em dados na sua organização, sejam estes dados ‘Big Data’ ou small data”, diz Weber Canova, vice-presidente de Tecnologia da TOTVS.

O executivo afirma que a projeção para os próximos anos é que todas as indústrias adotem dados e inteligência artificial em todos os seus processos. “As que não adotarem ficarão para trás e eventualmente não existirão mais”, ressalta. Por isso, a TOTVS tem criado soluções por vertical que combinam dados e inteligência (o mercado chama de Intelligent Apps). “Com isto, queremos democratizar o acesso a dados e inteligência, bem como ajudar nossos clientes a terem uma cultura centrada em dados”, agrega Canova.

Como uma empresa de soluções, a Lenovo tem como princípio alianças com os líderes da indústria em diversos segmentos, incluindo Big Data, para justamente alicerçar e favorecer a adoção das novas opções de TI. “Com isso, trabalhamos para proporcionar aos nossos clientes um portfólio completo, flexível e adaptável às demandas atuais e futuras”, conta Andrade.

Baseada em um portfólio de ponta a ponta, a oferta da companhia propõe adicionar uma camada de serviços profissionais aos clientes. “Dessa forma, a Lenovo consegue permitir que clientes de todos os portes tenham acesso a qualquer solução na medida certa”, observa o gerente.


OS DESAFIOS DO BIG DATA E ANALYTICS
Por outro lado, a utilização desse volume de informações gera também novas questões para as empresas. “A tecnologia de Big Data implica, necessariamente, em um volume maior de dados trafegando e sendo processado pela infraestrutura de TI tradicional, muitas vezes criando “gargalos” que não foram mensurados e planejados com antecedência”, fala Eduardo Lopes, country manager da Riverbed no Brasil.

O primeiro desafio é o da performance de negócios, que viabiliza a adoção de estruturas de Big Data minimizando e aliviando o risco da adoção de novas tecnologias no ambiente de TI atual. “A solução SteelCentral provê visibilidade de arquiteturas utilizadas e associadas ao Big Data, assim como ela própria utiliza-se da tecnologia. Com isso, fornecemos a coleta de todas as métricas de negócio, seja de aplicações ou de infraestrutura de rede, não utilizando técnicas de sampling”, explica Lopes, ressaltando o posicionamento da Riverbed nesse horizonte.

Outro dos gargalos de quem quer começar a usar o Big Data é a disponibilidade dos dados. “As aplicações de Big Data e Analytics implementadas em data centers privados e departamentos de TI precisam garantir sua disponibilidade 24x7x365 para evitar impactos nos negócios e nas operações”, lembra Alexey Strygin, diretor de pré-vendas da Veeam para a América Latina.

O trabalho da companhia, a partir dessa ótica, é oferecer uma solução mais ágil e eficiente, sem perdas ou falhas de acesso. “A Veeam combina um conjunto único de recursos em uma solução que ajuda as organizações a evitar paradas nos sistemas e perda de dados, atingir objetivos de ponto e tempo de recuperação de menos de 15 minutos, enquanto diminui significativamente os custos de proteção de dados”, conta Strygin.

As soluções de disponibilidade da Veeam são projetadas para simplificar as operações de backup e recuperação de dados e atingir a visibilidade do data center com monitoramento integrado, relatórios e ferramentas de planejamento de capacidade.

Se falando de Brasil, também é preciso destacar a crise econômica e política como um fator a ser considerado pelas companhias na hora de adotar novas soluções de tecnologia. Segundo estudos elaborados em Harvard, nos Estados Unidos, por exemplo, a transformação digital colocada em prática nos últimos anos tem dois lados: a mudança completa dos processos de produção e, também, a necessidade de se modernizar todo o ambiente legado. E isso, claro, tem seus custos.

Por isso, Gustavo Mendes, Systems Engineer da Esy, distribuidora especializada em soluções de tecnologia, ressalta que as empresas brasileiras têm apostado em Big Data como uma forma de redução de custos - e isso tem colocado o Brasil como o principal país da América Latina que investe no segmento, representando 46% deste mercado no último ano. “Graças a isso e a transformação digital, as projeções são excelentes para o segmento, inclusive com crescimentos exponenciais no uso da análise de dados”, resume.

Outro caminho, além da redução de custo e melhora de desempenho, é a possibilidade de incluir novas avaliações e insights para os negócios dos clientes. “A ideia de analisar grandes volumes de dados não estruturados é relativamente nova no panorama da TI. Ela vem, entretanto, ganhado força e se traduzindo em aplicações concretas de forma bastante rápida”, observa Marcelo Murad, diretor de Produtos e Engenharia da Westcon.

O executivo avalia que essa oportunidade deve ser levada em consideração pelos canais. “Temos desenvolvido os canais para que se engajem com os fabricantes que oferecem essa solução e conheçam todo o seu potencial”, avalia, lembrando que uma das metas da Westcon é ter no portfólio soluções de Analytics que multipliquem as opções de ganhos à disposição das revendas.


QUAL O PAPEL DOS CANAIS NESSE CONTEXTO?
Mostrar os potenciais ganhos das novas tendências de TI e deixar claro que estes recursos já são suficientemente acessíveis para qualquer nicho e porte de cliente. Este é o principal desafio das revendas no quesito “adoção do Big Data”. É preciso dizer, contudo, que esta tarefa não esconde, nem substitui, outra missão fundamental dos parceiros: conhecer bem as soluções disponíveis no mercado.

“É importante que a revenda se posicione como um parceiro estratégico do cliente, compreenda sua demanda e desenhe uma solução aderente a necessidade”, fala, Souza da Cisco. Com esse tipo de posicionamento, o executivo acredita que o canal pode não apenas atender a uma demanda pontual, mas também evoluir sua presença no cliente ao longo de todo o ciclo de vida da solução.

Ronaldo Miranda, da Arrow ECS, agrega que a oportunidade está principalmente em construir soluções de TI que atendam às necessidades de cada cliente. “Uma vez que as empresas estão buscando adaptar seu parque de TI às tendências como Big Data e tudo que as cerca, com Cloud Computing, Software as a Service e extrema segurança”, salienta.

A distribuidora, que nos últimos meses vem apresentando diversas parcerias e ações para reforçar o portfólio à disposição dos canais, aposta em um sólido programa de capacitação e treinamento para nutrir as revendas e integradoras nesta missão de solidificar o conhecimento na área.

Quem também tem trazido novidades para os parceiros é a Ingram Micro. A companhia anunciou, em junho, um plano de investimento para os próximos três anos, que prevê a aplicação de mais de US$ 10 mi na América Latina. Entre os principais focos da companhia está o impulsionamento dos negócios no setor de Big Data e infraestrutura convergente.

Leonardo Ganino, diretor executivo da Ingram Micro, afirma que a prioridade da distribuidora, para estas áreas, é ajudar os canais a terem mais ferramentas e opções para ganharem com a análise de dados e suas oportunidades. “Nós temos visto um grande crescimento de nossa unidade Advanced Solutions na América Latina como um todo e acreditamos que o melhor ainda está por vir”, reforça. 

Para isso, o fato é que o canal deve sempre ouvir os clientes e entender o tipo de negócio da empresa. “Desta forma é possível identificar os desafios e a abordagem que a empresa deseja fazer”, completa Mendes, da Esy.

E onde estão essas oportunidades? Mario Tiellet, vice-presidente de Vendas para Canais da SAP Brasil, afirma que a meta das integradoras deve ser traduzir, o volume de dados das empresas em soluções capazes de gerar diferencial competitivo nas organizações nas áreas de marketing, finanças, produção, logística e vendas. “A oportunidade de criar novas receitas para os canais está na proposta integrada ao cliente, plataforma de Big Data/Analytics em conjunto com modelos pré-configurados com painéis mostrando indicadores essenciais para a área de gestão, reduzindo assim tempo de projeto e acelerando o uso da solução”, conta.

Para preparar esse conhecimento prático, algumas fabricantes vêm desenvolvendo ações constantes de capacitação. Esse é o caso da IBM, que oferece um programa de treinamento dedicado à área, com o Big Data University. “O canal é nosso grande parceiro para levar o Big Data para os clientes. Por isso, oferecemos uma série de apoios, com a missão de capacitar e criar o conhecimento necessário para quem venderá essas soluções às empresas e consumidores”, diz Paschoal.

Dessa forma, se você vende TI e quer ganhar com o Big Data, a ideia deve partir da demanda de seus clientes. Isso, somado ao conhecimento técnico e o apoio dos fornecedores, é que poderá gerar, para seu canal, muito mais do que uma boa venda – mas, sim, uma grande projeção de sucesso!
Fonte: MERCADO DE BIG DATA - EDIÇÃO DE AGOSTO DA PARTNERSALES

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